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Mudanças Climáticas devem agravar mais da metade das doenças infecciosas no mundo

20/05/2024

Embaixador da Inspirali alerta para os problemas de saúde causados pelo aquecimento global

Cada vez mais, o mundo vem enfrentando acontecimentos catastróficos de forma desordenada e sem precedentes, e muito próximo de nós atingindo várias regiões do Brasil, vide as atuais enchentes no Rio Grande do Sul. Mesmo com o Acordo de Paris, assinado por 196 países, em 2015, com o objetivo de estabelecer uma série de ações a serem seguidas para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, ainda há muito o que ser feito.

Segundo o Dr. Evaldo Stanislau, embaixador nas áreas de imunologia, infectologia, OneHealth e Medicina de precisão da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, o aumento da temperatura coloca a vida em risco e traz consequências muito sérias. “As mudanças climáticas trazem alterações na estrutura de todo o ecossistema terrestre, nas águas dos oceanos, na diversidade das espécies, e, infelizmente, impacta negativamente também nas doenças. Está se formando um ambiente nocivo para a saúde de todos. Um exemplo é o aumento da poluição, que só vai fazer aumentar casos de problemas cardiovasculares, alergias e câncer”, declara.

Dr. Evaldo explica que com o calor aumentando desde 2019, os países já vêm sentido este impacto com 5 milhões de mortes associadas ao extremo calor e extremo frio. Segundo o embaixador da Inspirali, os jovens são os que mais devem sofrer com estas alterações. “Quem nasceu nos anos 2000 vai ter muito mais exposição a alterações climáticas. Meus filhos e netos vão sofrer muito mais, com sete vezes mais exposição a estes eventos”, relata.

Aumento de doenças infecciosas

O médico também alerta para o aumento de doenças infecciosas e transmissíveis. “A temperatura quente colabora para a migração de agentes, que estão cada vez mais resistentes. Doenças que já foram consideradas extintas estão voltando a aparecer, como malária, cólera, sarampo, entre outras. Enfrentaremos a chegada de novos agentes, novas pandemias. Todo o movimento causado pela crise climática potencializa a transmissão de doenças. Gases de efeito estufa aquecem oceanos, derrete gelo, aumenta nível do mar, gera eventos climáticos extremos como furacões, seca, inundações, calor. A infusão de água salgada onde só tinha doce, a migração de pessoas e animais, a cadeia de produção de alimentos. Tudo isso favorece o aumento e criação de novos agentes”.

Aumento da Temperatura

“Quando aumenta a temperatura, aumenta também a capacidade de replicação e transmissão destas doenças do vetor. Nestas temperaturas mais altas, eles conseguem se replicar melhor, aumentando o ciclo de vida, a voracidade e o comportamento. Temos como exemplo as mutações sofridas pela dengue. Quanto mais calor, mais vetores e mais doenças”, alerta.

Porém, Dr. Evaldo acredita que há esperança se juntarmos esforços e muito o que conquistar com o avanço da tecnologia. “Já estamos acostumados a vencer desafios na saúde. Com saneamento, vacina e antibiótico, tivemos um aumento significativo na expectativa de vida, que antes era de 40 anos, e agora são 80 anos. As pessoas morrem menos de doenças infecciosas, tirando Covid que desiquilibrou. É preciso criar uma resiliência climática, pois já é possível prever o que esta por vir. E nós, da saúde, somos agentes de mudança. Temos o poder de convencimento usando nossa credibilidade para falar sobre mudança climática e saúde. Precisamos sair da posição de inércia e espectadores porque somos protagonistas”, complementa.

Práticas clínicas mais sustentáveis

Dados mostram que o setor de saúde é responsável por 5% das emissões globais. Algumas medidas podem contribuir para mudar este cenário, como descarte correto de materiais, manuseio do lixo hospitalar, otimização de processos e compromisso com fornecedores conscientes. “Educar profissionais pode levar a práticas clínicas mais sustentáveis e só teremos ganhos recorrentes disso. Dentro da Inspirali, já iniciamos um movimento de introdução do conceito de One Health na matriz curricular e temos flexibilidade para que os alunos das nossas 14 escolas de Medicina vivenciem práticas reais e contribuam para a saúde local e global”, finaliza Dr Evaldo.

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