Muitas hepatites evoluem de forma silenciosa e só são detectadas em fases mais avançadas

14/08/2025
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Mesmo com a redução no número de casos registrados de hepatites virais no Rio Grande do Norte, a população não pode baixar a guarda. A preocupação é do infectologista Igor Queiroz, professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP)/Inspirali. A atenção deve permanecer, pois, segundo ele, “muitas hepatites evoluem de forma silenciosa e só são detectadas em fases mais avançadas”.

“Várias pessoas no mundo inteiro têm o vírus da hepatite e não sabem que estão doentes. Isso faz com que continuem transmitindo a infecção e só descubram quando já há complicações. Precisamos triar, diagnosticar e tratar para dar oportunidade a essas pessoas”, acrescenta.

Entre os meses de janeiro e abril de 2025, o Rio Grande do Norte registrou 69 novos casos de hepatites virais dos tipos A, B e C. O número representa uma redução de 24,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que somou 91 ocorrências. Mesmo com a queda nas notificações, a hepatite C segue como a mais comum no estado, concentrando 59,4% dos casos, conforme aponta o Boletim Epidemiológico mais recente.

De acordo com o especialista, a hepatite é uma doença inflamatória do fígado, que pode ser causada por diversos agentes, sejam eles virais, como os vírus das hepatites A, B, C, D e E, ou por bactérias, fungos, protozoários, medicamentos e até alimentos ou chás. “Todos esses agentes, dependendo do grau da inflamação, podem produzir uma necrose, que é a morte das células hepáticas, e gerar uma insuficiência hepática, com quadros graves, risco de transplante e até de óbito”, explica Igor.

Ainda segundo o médico, quando o quadro é agudo e sintomático, como dor abdominal, vômitos e icterícia (coloração amarelada dos olhos), o diagnóstico costuma ser mais rápido, já que o paciente procura atendimento. O problema é quando a infecção evolui para uma forma crônica e sem sintomas. “É o que chamamos de doença silenciosa. Só vai ser descoberta quando o indivíduo fizer algum exame de triagem, seja num pré-operatório, em uma rotina laboratorial ou simplesmente por suspeita de exposição ao vírus”, detalha.

Testes rápidos

Queiroz destaca a importância dos testes rápidos, disponíveis na rede pública de saúde para hepatites B e C, além de HIV e sífilis. “São testes imunocromatográficos. Coloca-se uma gota de sangue no cartucho, espera-se o tempo da reação imune e o resultado sai rapidamente, com bastante confiabilidade. Mesmo assim, quando o teste é positivo, ele precisa ser confirmado por exames laboratoriais antes do início do tratamento”, assegura.

Na maioria dos casos agudos, o tratamento consiste em repouso, hidratação e alívio dos sintomas, com o uso de medicamentos sintomáticos — como analgésicos para dor e antieméticos para náuseas e vômitos. Em alguns casos, é necessária internação hospitalar, mas muitos pacientes conseguem seguir com acompanhamento ambulatorial. Já as hepatites crônicas, especialmente os tipos B e C, podem evoluir para quadros mais graves, como cirrose e câncer de fígado. Por isso, o diagnóstico precoce e o início do tratamento são fundamentais. “O SUS distribui medicações orais com alta eficácia, poucos efeitos adversos e chance de cura altíssima, como ocorre na hepatite C. O tratamento pode durar de três a seis meses e é realizado nas unidades de saúde ou nos centros de referência em infectologia ou hepatologia”, frisa o infectologista.

Prevenção

A prevenção também é parte essencial do combate às hepatites. Para a hepatite A, a principal forma de proteção é a ingestão de água potável e alimentos bem higienizados. Já para os tipos B e C, é fundamental evitar o contato com sangue contaminado, uso de objetos perfurocortantes compartilhados, como seringas, lâminas, alicates e instrumentos de tatuagem ou piercing, além da prática de sexo sem preservativo.

Queiroz também lembra que há vacinas disponíveis para as hepatites A e B. A hepatite C, por sua vez, é considerada a primeira doença viral crônica com possibilidade real de cura. “Com medicamentos utilizados por três a seis meses, conseguimos eliminar totalmente o vírus do organismo e diminuir a progressão para cirrose e câncer. Na hepatite B, ainda não falamos em cura, mas conseguimos controlar a doença e impedir que avance”, conclui o docente da UnP/Inspirali, Igor Queiroz.

 

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