Pesquisa investiga como os casos de câncer de mama em mulheres jovens têm evoluído ao longo do tempo

24/06/2025
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A pesquisa foi publicada recentemente no periódico da The European Society of Medicine

A pesquisa teve o objetivo de analisar a tendência temporal de casos diagnosticados de câncer de mama em mulheres jovens nas diferentes regiões do Brasil de 2014 a 2022.  “O câncer de mama é a maior causa de mortalidade feminina no Brasil e, em mulheres jovens, geralmente se apresenta mais agressivo, com características desfavoráveis, estágios avançados e maior risco de recorrência”, enfatiza Fabiana Oenning, professora e coordenadora adjunta do curso de Medicina da UniSul Pedra Branca e realizadora da pesquisa, juntamente com as estudantes de Medicina Gabriele de Sousa Silva, Lara Marcon Dandolini, Maria Eduarda Calil Netto, Jessica da Fontoura e Rebeca Heinzen.

De acordo com a professora Fabiana, o estudo foi realizado com informações da base de dados de domínio público do Ministério da Saúde, SISCAN – DATASUS, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. “Buscamos os casos diagnosticados de câncer de mama, entre as mulheres jovens de 20 a 44 anos. A pesquisa investiga os casos da doença em diferentes partes do país, identificando se houve aumento, estabilidade ou redução nas taxas de diagnóstico, além de observar padrões por idade e tipo histológico da doença’, disse a professora.

A pesquisa foi divulgada em formato de artigo no periódico The European Society of Medicine, em maio deste ano, e tem como título: ‘Tendência temporal dos diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens nas diferentes regiões do Brasil, de 2014 a 2022’. De acordo com as pesquisadoras a investigação também deverá ser apresentada em congressos de medicina.

Resultado da pesquisa

A pesquisa analisou 19.506 casos, com tendência de aumento na taxa geral de diagnóstico de câncer de mama em mulheres jovens. Aumento no diagnóstico em todas as regiões, principalmente na região Norte. Incremento em todas as faixas etárias, principalmente entre 25 e 29 anos, sendo a faixa de 40 a 44 anos, a detentora das maiores taxas. Aumento majoritariamente nos casos de Carcinoma In Situ, sendo o Carcinoma Ductal o mais incidente no período. A pesquisa concluiu que ocorreu um aumento da taxa de câncer de mama em mulheres jovens no Brasil, em todas as regiões, faixas etárias e tipos histológicos. Isso destaca a necessidade de um melhor entendimento epidemiológico da doença para desenvolver estratégias que reduzam a morbimortalidade associada.

Entenda qual é a relevância desta pesquisa para a medicina


Identificação de um problema crescente de saúde pública

O estudo revela uma tendência crescente no diagnóstico de câncer de mama em mulheres jovens (20 a 44 anos) em todas as regiões do Brasil, com aumento expressivo das taxas de diagnóstico ao longo do tempo. Esse dado indica que o câncer de mama, tradicionalmente mais associado a mulheres acima dos 50 anos, também está afetando de maneira crescente a população jovem, o que requer atenção específica da medicina preventiva e clínica.

Subsídio à formulação de políticas públicas e estratégias de rastreamento

Ao evidenciar a tendência de aumento por faixa etária, tipo de lesão e região geográfica, o estudo fornece dados concretos e regionais que podem embasar políticas de saúde direcionadas. Por exemplo, os resultados sugerem a necessidade de revisão dos critérios de rastreamento do câncer de mama, tradicionalmente voltados a mulheres mais velhas, e possivelmente a ampliação das campanhas de conscientização e detecção precoce para faixas etárias mais jovens.

Contribuição à literatura científica e ao entendimento epidemiológico

Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais, com base em dados nacionais de domínio público, o que garante ampla representatividade e validade. O trabalho preenche uma lacuna na literatura sobre a evolução temporal do câncer de mama em jovens no Brasil, especialmente ao trazer uma análise estatística robusta (como regressão linear simples, cálculo de Variação Média Anual e Variação Percentual), permitindo uma compreensão mais clara dos padrões de incidência da doença.

Importância clínica e preventiva

Cânceres diagnosticados em mulheres jovens costumam estar associados a maior agressividade, pior prognóstico e desafios reprodutivos e psicossociais. Portanto, compreender o crescimento desses casos permite que a medicina: Aprimore o treinamento de profissionais para suspeita e diagnóstico precoce em jovens; desenvolva estratégias específicas de aconselhamento genético, rastreamento precoce em pacientes de risco e abordagem multidisciplinar e planeje adequadamente os recursos de tratamento e suporte psicológico para esse público.

Uso racional de dados públicos para geração de conhecimento relevante

A pesquisa demonstra o potencial das bases públicas como o SISCAN e o DATASUS para a vigilância epidemiológica, além de ressaltar a importância da integração com dados populacionais do IBGE. Isso reforça o valor do uso secundário de dados administrativos para estudos científicos de impacto, promovendo o uso racional e eficiente dos recursos disponíveis no sistema de saúde.

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