Zumbido no ouvido pode estar associado a problemas de saúde, diz otorrinolaringologista

18/11/2025

“O zumbido, também conhecido como tinnitus, é uma das queixas auditivas mais comuns nos consultórios de otorrinolaringologia e pode afetar pessoas de todas as idades. Embora seja frequentemente associado à perda auditiva, nem sempre o sintoma está relacionado a um problema direto na audição. Ou seja, zumbido pode não ser normal.” O alerta é da médica otorrinolaringologista Keylla Siqueira, mestre em Ciências Fisiológicas e professora de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), A afirmação vem em consonância com o Novembro Laranja, mês de conscientização sobre saúde auditiva.

Segundo a docente, zumbido é “a percepção de um som sem fonte externa” e, embora na maioria dos casos crônicos ele esteja associado à perda auditiva neurossensorial, também pode ocorrer em pacientes com audiometria normal. A professora destaca, ainda, que diversas condições podem influenciar o surgimento do sintoma: “Alterações cervicais, disfunção temporomandibular, efeitos colaterais de medicamentos ototóxicos, distúrbios metabólicos, especialmente diabetes descompensada, transtornos psicológicos, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial sem controle”, acrescenta.

Entre as causas mais frequentes, especialmente em adolescentes e adultos jovens (12 a 35 anos), está a exposição ao ruído. Pressão sonora elevada — como música alta, fones de ouvido, tiro recreativo, fogos de artifício e ambientes ruidosos como festas, shows e academias — aumenta significativamente o risco de zumbido e perda auditiva. Além disso, outros fatores como disfunção temporomandibular, alterações cervicais, medicações ototóxicas e causas vasculares também podem aparecer nessa faixa etária, porém com menor frequência.

O risco de desenvolver zumbido está diretamente relacionado ao volume, à duração e à frequência da exposição sonora. De acordo com a profissional, “os estudos e as recomendações internacionais vêm nos mostrando limites de segurança cada vez menores, não devendo ultrapassar 70 decibéis para manter a segurança da saúde auditiva. Exposições acima desse valor aumentam a chance de surgimento de zumbido e perda auditiva. Acima de 110 decibéis causam desconforto, 120 decibéis podem causar perda auditiva imediata e 130 decibéis é o limiar de dor. Para se ter uma ideia, fones de ouvido podem chegar a 126 decibéis, shows até 112 decibéis, e tiros recreativos até 175 decibéis (a depender da arma). Dessa forma, é possível perceber como expomos diariamente nossa audição a lesões significativas, que podem causar danos irreversíveis, incluindo lesões cocleares e perda auditiva”, detalha.

Sinais de emergência

Nem todo zumbido é benigno. A docente da UnP/Inspirali, Keylla Siqueira, também alerta para sinais de emergência que exigem avaliação imediata por um otorrinolaringologista, como o surgimento súbito do sintoma associado à perda auditiva. Ela explica que essa situação configura uma “emergência otoneurológica”. Zumbidos unilaterais, alterações pulsáteis sincrônicas com os batimentos cardíacos e sintomas neurológicos também merecem investigação urgente.

Outros sinais de alerta incluem tontura intensa, déficit neurológico, dor de cabeça forte, secreção com sangue pelo ouvido e impacto significativo na saúde emocional, como ansiedade incapacitante, insônia ou sintomas depressivos com ideação suicida. Nesses casos, além da audiometria, exames de imagem como tomografia, angiotomografia e ressonância magnética podem ser necessários para identificar a causa.

Sobre o tratamento, ela reforça que a abordagem depende diretamente da origem do zumbido. Causas simples, como acúmulo de cerume, otites, uso de medicações ototóxicas e algumas alterações vasculares, podem ser tratadas e revertidas com facilidade. Já nas causas incuráveis ou de difícil controle, o foco é reduzir o impacto do sintoma na qualidade de vida do paciente, por meio de aconselhamento, terapia cognitivo-comportamental, aparelhos auditivos, manejo de comorbidades e intervenções farmacológicas em casos selecionados.

Para melhorar o dia a dia, a professora orienta estratégias como uso de ruído branco (um som contínuo que mistura várias frequências para ajudar a mascarar outros ruídos incômodos), ventiladores, música suave ou sons da natureza para reduzir a percepção do zumbido, especialmente à noite. “Também é importante a higiene do sono, o controle emocional, a prática de atividade física, o uso de protetores auditivos em ambientes ruidosos e o acompanhamento multidisciplinar envolvendo otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, psicólogo e, quando necessário, psiquiatra. E lembrar sempre: proteger nossa audição é o melhor caminho”, pontua a docente do curso de Medicina da UnP/Inspirali, Keylla Siqueira.

Professor de Medicina da UnP explica a importância da doação de medula óssea e os critérios para ser doador

13/11/2025

Inspirali leva Missão Humanitária para o Cerrado, no Piauí

07/11/2025

Missão Amazônia 13 contou com inúmeros procedimentos cirúrgicos em comunidades à beira do Rio Tapajós, no Pará

01/11/2025

Planalto Serrano, em Santa Catarina, recebe Missão Humanitária

29/10/2025

Inspirali inaugura unidade de pós-graduação com atendimento médico gratuito para a população

23/10/2025

Cuidados paliativos: entenda quando e porque são necessários

22/10/2025

Outubro Rosa: pesquisa estima mais de 73 mil novos casos de câncer de mama no Brasil em 2025 

21/10/2025

Burnout, depressão e ansiedade: os desafios da saúde mental na medicina

21/10/2025
Carregar mais
Scroll to Top