O hematologista Frank Bahia, professor de Medicina da UnP detalhou o papel da medula óssea, o processo de doação e a relevância do cadastro no REDOME, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, gerenciado pelo INCA
O transplante de medula óssea é uma das principais formas de tratamento para pacientes diagnosticados com leucemia, e a ampliação do número de doadores cadastrados é essencial para salvar vidas. O hematologista Frank Bahia, professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), detalhou o papel da medula óssea, o processo de doação e a relevância do cadastro no REDOME, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, gerenciado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Segundo o docente, a medula óssea é um tecido líquido, no interior dos ossos, que compreende o órgão que abriga as células do sangue jovens e maduras, onde acontece a fabricação e regulação das células do sangue. Já a leucemia é um câncer que afeta os glóbulos brancos, fazendo com que os leucócitos se proliferem de forma descontrolada, sem exercer suas funções normais e impedindo a renovação das demais células sanguíneas.
Sobre os critérios para se tornar doador, Frank Bahia esclarece que, quando há doenças na família, os parentes potenciais, independentemente da idade (exceto idosos), são testados e o melhor doador é escolhido. Esse é o transplante aparentado, sendo o irmão de mesmo pai e mãe o mais provável de ser 100% compatível.
Processo de doação da medula
Começa com uma simples coleta de sangue realizada em algum banco de sangue mais próximo, que permite a leitura inicial do HLA — código genético responsável pela compatibilidade entre doador e receptor. “Caso esse teste inicial seja compatível, o doador possível será convocado para avaliação mais detalhada da compatibilidade genética, e se o transplante for indicado o doador é convocado para avaliação médica de sua saúde e exames de avaliação, com explicação de todo o processo. Em havendo compatibilidade, boa saúde e concordância, a coleta da medula é agendada, geralmente sendo feita no local do transplante, sempre com sigilo”, frisa o hematologista.
De acordo com ele, os riscos para o doador são mínimos. “Podem incluir dor no local da coleta, anemia e cefaleia após a anestesia. A alta é no dia seguinte e a medula óssea doada é totalmente recuperada em poucos dias a semanas. Não faz nenhuma falta ao doador, pois ela é 100% plástica”, reforça.