Campanha do Outubro Rosa busca levar informações sobre a doença. Bahia é o estado do Nordeste com maior número de casos
O Outubro Rosa já faz parte do calendário anual de campanhas de saúde no Brasil. Ele busca levar informações sobre o câncer de mama, especialmente pela sua alta prevalência entre as mulheres. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil terá 73.610 novos casos até o final do ano. No Nordeste, a Bahia é o estado com maior número de casos, chegando a 4,2 mil.
Professora do curso de Medicina do Centro Universitário UniFG, cujo curso é parte integrante da Inspirali, Renata Pereira explica a importância de conhecer os fatores de risco e o histórico familiar como forma de prevenção. “Essas informações ajudam na prevenção personalizada do paciente, com benefício de um diagnóstico precoce”, diz. Alguns dos principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, consumo de bebida alcoólica, menopausa após os 55 anos, uso de contraceptivos hormonais, histórico familiar, dentre outros.
De acordo com o Inca, apenas em 2023 foram mais de 20 mil mortes por causa da doença, que é o tipo de câncer que mais mata mulheres no país. Na Bahia, foram 1,2 mil mortes no mesmo período.
Importância do autoexame
O autoexame da mama é uma técnica realizada em casa, que permite ao paciente o reconhecimento de alterações da mama. “Ele deve ser feito pela própria paciente, com a observação e palpação das mamas e axilas, através de movimentos circulares, na tentativa de palpar nódulos ou quaisquer alterações em região de mama e axila”, explica Renata Pereira.
Porém, é importante entender que o autoexame é uma forma de prevenção e não serve como diagnóstico para a doença. Caso a paciente perceba alguma alteração, ela deve buscar um médico com urgência para a realização de anamnese e de exames de imagem, que permitem um rastreamento precoce do tumor. Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a realização da mamografia de rastreamento a cada dois anos para mulheres entre 50 e 74 anos.
Evolução do tratamento
Com a evolução da ciência, novas formas de tratamento para o câncer de mama continuam sendo desenvolvidas. A escolha da melhor opção deve ser feita com um especialista e vai depender do estágio da doença e do tipo de tumor. Dentre as opções viáveis, há cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia alvo e hormonioterapia.
Quando detectado em estágio inicial, a depender do tipo e da agressividade do tumor, as chances de cura para o câncer de mama são bastante altas, podendo chegar a 90% com a realização do tratamento correto.
Renata Pereira reforça também a importância da família no processo de tratamento do câncer de mama. “O apoio familiar pode fazer toda a diferença na adesão, continuidade e sucesso do tratamento, tanto no aspecto emocional quanto no prático e físico. A família precisa acolher, apoiar, ouvir e participar de todo o processo, desde o diagnóstico até a finalização do tratamento”, finaliza a professora da UniFG.